PANACÉIA DELIRANTE

domingo, 24 de janeiro de 2010

Técnica



Ontem, num bar com amigas, começamos a discutir sobre a presença da técnica em nossas vidas. Chegamos, na ocasião, à conclusão de que até mesmo a vida amorosa exige um apuro técnico. Triste, não é? Desolador perceber que há tão pouco espaço para a espontaneidade nas relações interpessoais e que existe um manual de conduta a ser seguido quando se está efetivamente interessado numa pessoa:
• Homem não pode ligar no dia seguinte
• Mulher tem que esperar a ligação
• Uma dose de desprezo apimenta a relação
• Não pode dar na primeira noite...

A lista de recomendações é extensa! Eu, que já tentei quebrar algumas dessas regras, ou convivi com pessoas que também o fizeram (e quem nunca fez?), sei que as chances de fracasso são grandes. Isso porque existe um jogo de expectativas e de estereótipos que estão incrustados, parasitando-nos.
Hoje de manhã escutei uma musica do Gilberto Gil que dizia entre outras coisas:

"O seu amor
Ame-o e deixe-o livre para amar
(...)Ame-o e deixe-o ir aonde quiser
(...)Ame-o e deixe-o ser o que ele é
Ser o que ele é"

Queria, mas como? Antes de aprendermos a amar aprendemos a “como” amar, como agir e o quê esperar. Um passarinho que sempre viveu na gaiola, será que voa se o libertarem? Será que eu conseguiria? Até hoje sempre que tentei, caí. Ainda assim, acho lindo os que quebram o protocolo e se jogam da gaiola (e acho que Thiago deve mesmo morar junto com a menina que ele reencontrou a uma semana pela internet e que nem ao menos viu pessoalmente!). Entretanto, permaneço no mesmo ponto em que comecei esse texto: compreendendo a existência da técnica e disposta a tentar aprendê-la, na esperança que ela me ajude a voar melhor...

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