PANACÉIA DELIRANTE

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Chico: choro bandido de um amor barato

Eu queria ser
Um tipo de compositor
Capaz de cantar nosso amor
Barato

Um tipo de amor
Que é de esfarrapar e cerzir
Que é de comer e cuspir
No prato

Mas levo esse amor
Com o zelo de quem leva o andor
Eu velo pelo meu amor
Que sonha

Que enfim, nosso amor
Também pode ter seu valor
Também é um tipo de flor
Que nem outro tipo de flor

Dum tipo que tem
Que não deve nada a ninguém
Que dá mais que maria-sem-vergonha:


...


Mesmo que você feche os ouvidos
E as janelas do vestido
Minha musa vai cair em tentação
Mesmo porque estou falando grego
Com sua imaginação
Mesmo que você fuja de mim
Por labirintos e alçapões
Saiba que os poetas como os cegos
Podem ver na escuridão
E eis que, menos sábios do que antes
Os seus lábios ofegantes
Hão de se entregar assim:
Me leve até o fim
Me leve até o fim

Mesmo que os romances sejam falsos como o nosso
São bonitas, não importa
São bonitas as canções
Mesmo sendo errados os amantes
Seus amores serão bons

(trechos de Amor Barato e Choror Bandido)

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Esse é o conto de fadas desencontrado.




              É a história de um sapo parado diante do castelo. E de uma princesa cujas tranças foram rejeitadas.
              A história de um sapo pouco disposto a matar o dragão e que veio somente para dizer que o príncipe não chegará nunca.
              A história de uma princesa entediada, cogitando a possibilidade de virar abóbora.
              De um sapo disposto a levar a princesa para o brejo, se ela se dispuser a matar, por si mesma, o dragão.
              De uma princesa cheia de vertigens e preconceitos... Entre o castelo e o brejo, o dragão e o sapo.
              Essa é a história de um dragão que dorme alheio ao que se passa.
              E de um castelo, que é o único satisfeito na história...  

domingo, 18 de setembro de 2011

19 de setembro

               
Eu queria poder fazer algo, dizer algo para expressar esse sentimento confuso de véspera. Por isso escrevo algumas linhas, choro meu pranto escondido, faço uma oração no travesseiro e ensaio meu sorriso de segunda.
                Que a sua coragem me inspire, que minha simulação te estimule, que esse medo se desfaça no desenrolar das coisas.
                Que jeito estranho de evoluir...

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Libra

Pensando em você
eu fiz uma canção,
Que ora diz sim e ora diz não...

sábado, 3 de setembro de 2011

Outra vez a porta no caminho


Decisão tomada,
Porta fechada
Mas depois de trancada, dúvida:
Fechei a porta errada?
Difícil brincar de casa,
Para quem nasceu jardim...