PANACÉIA DELIRANTE

sexta-feira, 20 de abril de 2012

Estados

- Que foi?
- Nada...
- Tudo bem?
- Tudo...
-O que aconteceu?
- Nada... não to triste. Só não to nada...
- Puxa, que triste.
- Pois é... 

quinta-feira, 12 de abril de 2012

Deixa


- Espere!

Era o que esperava ouvir enquanto descia as escadas apressado. Se ela tivesse dito “espere” ele teria despejado todas as palavras exaustivamente ensaiadas em sua mente. Mas ela se ateve no andar superior, estática. Estava calada. Talvez nem estivesse mais lá. Ele ainda se deteve diante da porta, como um ator que espera a sua deixa ser dita. Silêncio. Forçado a improvisar, ele bate a porta e sai de cena, derrotado. Se fosse uma peça de teatro cairia o pano. Mas a vida não se divide em atos.

segunda-feira, 9 de abril de 2012

Noite


Tem noites em que bate uma ausência sem sentido ou argumento
Aperta uma saudade que vem não sei de onde
Ou melhor: de onde vem eu sei, não sei o porquê.
 Saudade atrasada. Só serve para tirar o sono, resgatar memórias e abrir a geladeira.
Eu fico injuriada, levanto da cama e rabisco um insulto:
- Paixão, ô sentimentozinho mais... ANACRÔNICO!