PANACÉIA DELIRANTE

quinta-feira, 12 de abril de 2012

Deixa


- Espere!

Era o que esperava ouvir enquanto descia as escadas apressado. Se ela tivesse dito “espere” ele teria despejado todas as palavras exaustivamente ensaiadas em sua mente. Mas ela se ateve no andar superior, estática. Estava calada. Talvez nem estivesse mais lá. Ele ainda se deteve diante da porta, como um ator que espera a sua deixa ser dita. Silêncio. Forçado a improvisar, ele bate a porta e sai de cena, derrotado. Se fosse uma peça de teatro cairia o pano. Mas a vida não se divide em atos.

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