PANACÉIA DELIRANTE

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

A Arte de fazer MERDA.

MERDA é uma coisa que todo mundo faz.
Claro que a quantidade e freqüência variam de pessoa para pessoa. Tem gente que faz todos os dias. Algumas pessoas fazem de vez em quando, mas em compensação costumam fazer uma grande MERDA. Como identificar uma grande MERDA? Muito fácil:
Para começar a GRANDE MERDA cheira na hora. Minutos depois de ter ocorrido o culpado já percebe e diz:
- Porra, fiz MERDA!
As pessoas ao redor fazem coro:
- Que MERDA!
Às vezes a MERDA é tão grande que antes mesmo se sair, todo mundo já sabe:
- Vai dar MERDA!
E normalmente dá mesmo.
A GRANDE MERDA é para ser escondida, jamais disfarçada. Aí que fede mesmo! Ou se esconde ou se assume. Você respira fundo e com toda a sua dignidade responde pela MERDA que fez, o que é uma atitude muito inteligente e segura, principalmente porque em muito pouco tempo alguém vai fazer uma MERDA tão feia ou pior que a sua.
Algumas pessoas não sentem o cheiro da própria MERDA. Isso é tão perigoso! Se você não tiver um bom amigo para lhe avisar, vai acordar um dia melado até o pescoço sem saber como sair dessa situação.
Claro que algumas pessoas gostam de ficar na MERDA e da MERDA não saem. Eu não censuro!
Só dou um pequeno conselho a quem puder se servir dele: Não adianta tentar remexer a MERDA, justificar, enfeitar que é pior. Veja por esse texto, ele já está ficando muito prolixo e eu sei bem no que vai dar: Em MERDA!

Frase do dia

Essa frase foi retirada de uma música do Fala Mansa, é bem famosinha, mas só hoje que minha prima me atentou para esse trecho:

"(...)Se fui eu que escolhi assim, não quer dizer que seja bom pra mim (...)".

Saldo do carnaval.


SETE dias
MILHÕES DE PESSOAS nas ruas
CENTENAS DE MILHARES de beijos na boca
UMAS CENTENAS de romances começando
OUTRA CENTENA de romances terminando
MILHARES DE CENTENAS de romances que terminaram antes de começar
UMA CENTENA DE MILHÕES de assuntos para por em dia com os amigos
UM novo vírus na cidade.

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Ei, Alice:


Para quem está perdido, qualquer caminho serve...

Operária em construção


Agente começa a construir uma coisa. Por exemplo, imaginemos uma casa. Agente prepara o terreno, faz a base, começa a levantar as paredes, cuida da alvenaria com todo o carinho, pinta, lixa, ajeita a afiação, a tubulação, confere a ventilação, os telhados e todos os detalhes para que a casa fique impecável. Nada disso adianta entretanto se agente não se afastar da casa, não olhar de longe se as paredes estão retas, se as cores combinam, se o telhado está uniforme. Tão importante quanto o vínculo com a obra é o saber desvincular.
Quão importante é o saber se afastar (o modo e o momento)...
Se agente se apega demais, perde a visão do conjunto, fica alienado, iludido, preso na ideia da casa que se está construindo quando na verdade se está construindo uma outra coisa.
Se agente se afasta demais, perde os detalhes, não sente o cheiro da tinta, não se suja com o cimento, não se envolve, fica frustrado pensando em como a casa deveria ser, sem aproveitar como ela está, seja para usufruir ou para aprimorar.
Esse negócio de construção é muito complicado. Por mais que agente se esforce para que termine logo é TIJOLO POR TIJOLO.
Paciência

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Breve conto


Era uma vez um jardim onde havia uma flor, uma rosa que sempre exalava um cheiro bom. Era vaidosa é verdade, geniosa é verdade, mas era uma flor tão bonita que não havia no jardim quem não se admirasse.
Passaram algumas primaveras e a rosa continuou formosa, tanto que outras flores cresceram ao seu redor. Com todas ela trocou o perfume, em algumas ela perdeu os espinhos. Numa manhã Deus, olhando de cima o jardim, percebeu que um dia a rosa perderia o perfume, as cores, as pétalas e achou que seria um final muito triste. Mandou um anjo colher a flor que obedeceu levando-a rapidamente para o céu, para a surpresa das outras flores que choraram gotas grossas de orvalho. O anjo entregou a flor nas mãos de Deus, que a plantou pessoalmente no Jardim do Éden – o que deixou a rosa muito satisfeita.
Infelizmente, as flores que restaram ficaram muito tristes. Pobrezinhas das flores! Só entendem de terra e não enxergam o que há além do jardim.

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Ao meu passarinho...

Ela queria alegria
Mas não posso controlar
Partir tão de repente!
Meu amor ainda está quente,

Meu olhar a deplorar!
Que eras anjo, sabia
O que eu desconhecia
É que sabia voar

Se a tristeza anda vizinha
Se ficamos a chorar
Com sua fatalidade

Te juramos, Francisquinha
Não choramos por pesar
Pranteamos de saudade.

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Às vezes a passividade das feridas que não ardem chega a ser dolorosa.

O essencial é invisivel para os olhos


A estrela Dalva na verdade não é uma estrela.
O vidro na verdade não é um sólido.
O ácaro na verdade não é um inseto.
É preciso olhar com calma

De perto e de longe
Dar um tempo, olhar de novo
Com o tempo a neblina passa
O vidro desembaça

As coisas se clareiam
Enquanto isso agente olha, enxerga ou vê, dependendo da nossa capacidade.
Poucos fazem as três coisas.

Espanta-me a capacidade dos nossos olhos de enxergar o que não existe
D e cegar-se para o explícito.
O prudente deve acreditar mais no que enxerga com os ouvidos. Ou talvez nem isso.

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

De vagar com a dor que o santo é de barro

Alguém me disse uma vez:
- Nós não temos consciência de boa parte do nosso corpo. Existem partes do corpo que só sentimos quando dói.
Agora, voltando da festa de Iemanjá sinto, como disse Daiane uma vez: Estou viva! Dolorosamente viva! Esgotadamente viva! Meus pés, pernas, nádegas doem.
Meu corpo me mandou lembranças...
Eu dei ao meu corpo momentos que valem a pena lembrar.
Então está tudo certo.