PANACÉIA DELIRANTE

domingo, 25 de outubro de 2015

Tédio

Este talvez seja meu maior medo
O tédio
Essa onda negra que atravessa a tarde
E distorce o enredo:
Tudo levanta, agita, pulsa
Trás à tona a lembrança há muito sepultada
O rancor superado
O remorso esquecido
E o desejo (há, o desejo!) que estava guardado.
Nessas tarde de domingo em que nada acontece
É que tudo se passa...
Tudo me atravessa, tudo me arrasta..

quarta-feira, 14 de outubro de 2015

Tormenta

Na praia do meu sonho há uma placa de PERIGO: ZONA DE CALMARIA.
Olhando para a areia dá pra ver o pescador na espera da tormenta
- Ele é louco, talvez você dissesse. Talvez com razão.
Mas o pescador vendo a calma sente falta, chamando o furação.
Por mais que doa, qualquer dor traz movimento.
Pescador do meu sonho já teve três barcos quebrados
Quatro corações partidos
E mesmo assim espera...
E esperando, lembra...

E lembrando, supera... 

quarta-feira, 7 de outubro de 2015

Textos

Texto 1 - Peito

Toque no peito; o peito reage. Eu penso e penso. E lembro de alguns escritos sobre o coração que bate e apanha. Sim, o coração apanha. E o toque sobre o peito remete ao medo de apanhar. Sufocamento. Eu nunca me sufoquei, que me lembre. Meu irmão sim, uma vez. Era pequeno, caiu na piscina. Eu estava na piscina. Mas não vi. Minha irmã que o salvou. Danilo ficou com fobia de água. Eu nunca tive medo de água. Não era esse tipo de sufocamento. Eu também nunca tive asma. Ha... uma vez: eu tive uma crise de choro e não conseguia respirar. Tinha nove anos: 1997. Minha memória de infância é assim: precisa: 1997. E eu não conseguia respirar. Lembro dos meus pais à minha volta. Lembro de meu pai, tirando minha blusa e passando vicky nas costas. Minha irmã achou que era cena. Eu tinha nove anos e fazia muita cena. Mas é que eu sentia as coisas com muita intensidade mesmo. Mas o toque no meu peito me dá uma sensação de sufocamento (e lá no fundo uma ânsia de choro). Eu não lembro porque chorei naquele dia... Mas sei que foi em 1997.

Texto 2:

Estetoscópio

Sim
Não
Razão
Emoção
Vida
Morte
Azar
Sorte
Dinheiro
Prestação
Desejo
Paixão
Emprego
Calção
Casa
Apartamento
Alegria
Sofrimento
Prosa
Poesia
Noite
Dia
Verdade
Fantasia
Palha
Alvenaria
Previdência
Folia
Sem nenhuma determinação:

Bate

Por indecisão:

Apanha



Conclusão:

Por indecisão:

Apanha

O que eu aprendi ao gostar de você:


                Aprendi primeiramente que amar pode ser uma experiência esplêndida e repleta de felicidade. Que o amor nos dá coragem e um profundo interesse pela vida. Amar é se encantar pelas pequenas coisas, pelas mínimas experiências. Depois eu aprendi que amar exige muita terapia, meditação, muito centramento, tutano, reflexão. É que o amor nos cega  (e isso de amor engana mesmo)...
                No fim, eu aprendi que o amor pode ser um belo sonho e que a tristeza de acordar nos desperta para novas realidades (com tantas coisas possíveis que a gente nem sabe). Mas isso demorou para aprender, para entender que olhar para o passado é insistir no erro e abrir diversas e diversas vezes a mesma ferida. E que tem um momento em que você precisa admitir a própria responsabilidade de abrir espaço para o outro lhe ferir, para o outro errar de novo e de novo e de novo.  E a culpa é sua que deixa. Por fim, eu aprendi que às vezes, é preciso partir, sem conversa, sem adeus, sem acordo de paz. Juntar toda a coragem, fechar a porta e fugir pela janela. E que aquele sentimento de história mal resolvida é um negócio que precisa ser superado e que a gente pode fazer isso só, conversando com o próprio coração.

                Há... Mais adiante eu aprendi também que amar talvez não seja uma experiência esplêndida e repleta de felicidade. Talvez seja a sorte de encontrar alguém com a mesma fé e desejo de fazer dar certo. 

terça-feira, 21 de julho de 2015

Lista de filmes

É que eu estou querendo diminuir o hábito por séries e aumentar o por filmes. Então, segue a lista dos meus próximos:

1- O lobo atrás da port
2 - Uma nova amiga
3 - Frozen
4 - Birdman

domingo, 3 de maio de 2015

Pedaços

- Se você for, leva um pedaço meu, você disse.
Eu fiz uma breve pausa (o suficiente para ser cortante) e respondi:
- Ainda assim eu vou. Deixo uma parte minha, levo uma parte sua... Mas vou. Adeus.
E foi assim.
Nada disso é novidade.
O que você não sabe é que te trouxe comigo por muito, muito tempo.
Até o presente momento
E não por melancolia
Na verdade, e por mais que não faça sentido, a sua ausência me fez companhia.
E em todas as minhas aventuras eu te fiz presente
Apenas em parte, é claro, que era só o que me pertencia
E nesse caminho teve muita festa
Teve alegria
Risadas histéricas
Um pouco de nostalgia, é claro. Mas até ela foi deixando de ser triste...
A saudade foi deixando de ser triste
Para ser apenas bela
Queria ter te contado.
Mas to contando agora...

Na verdade eu to lhe ligando para te devolver o que lhe pertence. É que aquele “meu pedaço” que ficou contigo começou a fazer falta. To querendo de volta. Não te levo mais comigo. Vamos fazer uma troca? 

segunda-feira, 5 de janeiro de 2015

O dia seguinte

Que troço difícil é o dia seguinte
E essa briga com o relógio...
A abstinência de um quando...
De um onde...
De um alguém,,,
Dia seguinte é como uma doença.
O que sara um "dia seguinte" é outro "dia seguinte"
E outro
E outro
E outro...