PANACÉIA DELIRANTE

domingo, 21 de novembro de 2010

?

Tosse, se contorce, ergue as mãos, bate nas costas. Nada! Algo está preso na garganta.  Apela para a simpatia: gira um prato, bebe água de cabeça para baixo. Inútil.

Sabe bem de que se trata: uma interrogação que não se deixa engolir nem vomitar, teimosa... Insistente. De qual pergunta? Pra qual resposta? Está embaixo do seu nariz, pressente, mas qual? Qual?  

Essa sensação de ignorância obtusa é uma das coisas mais irritantes que podemos sentir.

 Eu consigo ser clara? É um impasse separando “o que é” e “o que deveria ser”, sendo que o “deveria ser” é a maldita interrogação grudada na garganta sobre a qual não conseguimos fazer uma análise, já que está lá: onde não se vê, toca, cheira ou qualquer outra coisa.

Pronto! O texto ficou piegas... Estraguei tudo... Deixa pra lá, mudemos de assunto.

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Manifesto injuriado


Há tempos que desisti de entender os homens (digo,o ser humano)
Lido apenas com o que flagram os olhos.
Erro, pois sei que a atitude não deflagra o desejo.
Que vontade não é movimento.
Mas "querer" não se adivinha, meu chapa.
E prefiro errar frente a fatos concretos que tropeçar em tolas fantasias.
Sonhos, já bastam os meus.
Dos outros, quero o concreto e nisso incluo o “não”, a inércia, e a espera.
E pra fechar essa notinha de protesto, afirmo:
Não basta a vontade. É preciso urgência!

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Sussurro.


A sua aparição me enche de sede e preguiça.
Lembro do teu gosto
Teu jeito
Teu cheiro
Quero-te aquele
Não esse (desculpe)
Deveria abrir mão
Mas quero o outro
O que foste,
Aquele que já não encontro
Ainda se lembra dele?
Não?
Chegue mais perto, encoste tua orelha:
Eu te conto...

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Eu tenho um coração débil..


Eu tenho um coração débil.
Fica batendo nesse “ama-não ama” até que se cansa e resolve doer. E haja remédio para tanto penar: haja curativo, compressa de gelo, analgésico, repouso. É preciso muita literatura para curar um coração machucado, muito filme de segunda, muito programa furado, noites e noites em claro. O tratamento é demorado, até que eis que um dia: Sarou. Maravilha! Voltou a bater de forma ritmada e na potencia necessária. – até que tropeça e cai. Se esborracha! Ainda estava no prazo de garantia, mas o fabricante diz que não troca. Corro para a emergência – lotada! Dessa vez eu morro, penso. O coração bate estafado. 

- Chamem a enfermeira. Injeção de ânimo, por favor.
- Doses homeopáticas. Homeopatia é excelente para esses probleminhas – diz o médico.
- Não seria melhor colocar um marca-passo?
- Não precisa, isso acontece porque ele ainda é novo... Com o tempo vai criando resistência.

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Definições


O único poema que ganhei...
Só tinha um verso
E eu era o inverso.