PANACÉIA DELIRANTE

sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Médicos

Lá estão eles, em seus escritórios,
Jalecos, sorrisos...
A dermatologista me receitou um remédio de aplicação externa e um sabonete.
A gastroenterologista, um comprimido.
O ortopedista, outro remédio de aplicação externa.
A endocrinologista deve receitar outro remédio.
Se continuar assim em breve passarei a enxergar o atendente da farmácia com outros olhos...

Ai

Alguma coisa me dói hoje,
Não sabia o quê. Tentei ignorar.
Fui ao dentista, pedi anestesia. Não adiantou
Ler um livro ajudou mas só durante um tempo.
A televisão me entediou.
As pessoas me aborreceram.
Na cozinha havia biscoito, pãozinho, bolo, bolacha,leite em pó.
Agora estou com dor de estômago.
Alguma outra coisa me dói hoje.

quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

A Consulta



A menina não tinha coração, ainda assim acordou cedinho e procurou um cardiologista:
- O que foi florzinha?
- Estou sentindo um aperto bem apertado aqui.
- Impossível meu bem.
- Mas é verdade doutor, o aperto começa aqui e desce até o estômago e sobe pela garganta. Tem cura?
- Mas não há órgão para curar.
- Mas eu sinto doutor. Juro! Bem aqui
- Aqui você não tem nada, aqui está vazio.
Fez-se um grande silencio na sala, a menina sorriu e saiu satisfeita com o diagnóstico e surpresa com a eficiência do médico.

quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Ensinando a rezar

Pede a Deus menina... Pede.
Pede força que ela dá.
Pede sorte que ele dá.
Pede direito menina: se fecha para o mundo, se rasga por dentro, mostra o que falta. Se revela!
Se falta amor, pede.
Se falta colo, pede.
Se falta pão, pede.
Mas não esqueça menina, de pedir iniciativa para buscar o pão, o amor e o colo. E pede muita fé também, fé em si.

domingo, 25 de janeiro de 2009

Alceu Valeça

O primeiro banho de chuva...

Mais um paradoxo...



"Não importa com quantos amigos estamos, sempre estamos sozinhos"
No momento em que aprendi isso, passei a me sentir menos só.





Para o Grupo Tá na Rua, sua bela ideia de teatro e o Carnaval cênico do qual participei hoje.

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

Liçoes para adolescentes norte americanas: Unwritten (tradução) Natasha Bedingfield

Em Branco

Eu estou em branco, não posso ler minha mente, eu sou indefinida
Estou apenas começando, a caneta está em minha mão
Terminando o não planejado

Encarando a página em branco a sua frente
Abra a janela suja
Deixe o sol iluminar as palavras que você não pôde achar

Tentando alcançar algo a distância
Tão próximo que você quase pode provar
Liberte suas inibições
Sinta a chuva na sua pele
Ninguém pode senti-la por você
Somente você pode deixá-la entrar
Ninguém mais, ninguém mais
Pode dizer as palavras em seus lábios
Se molhe em palavras não ditas
Viva sua vida com braços abertos
Hoje é o dia em que seu livro começa
O resto ainda está em branco...

Rio

O dia correu como um rio
Remei
A favor do rio. Adiantou, melhorou?
Não leio a linguagem das aguas...
Remei, sim
Suei, sim
O suor caiu em meus lábios
O sabo era agradavel...

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

preciso de um espelho

Anuncio urgente: um espelho transparente, bom tamanho, bom estado.
Preciso de orientacao, oracao, meditacao, analista, vidente. Uma visao, um conselho. Meu deus o que estou fazendo? Quais minhas prioridades? O que evitar, o que permitir? Se houvesse pelo menos uma voz de razao nem estaria escrevendo esse post.

Dedicado a Lucas Modesto a quem pensei em ligar e nao liguei.

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Anoitecer



Enquanto a noite vai tecendo sua manta
Por dentro também vou, à noite, sendo
À noite tudo parece claro.
Mas está anoitecendo
Anoiteço então eu,
A noite serei
Pra saber amanhecer...

Poema erótico

Gostaria de escrever um soneto
Com os gemidos arrancados`a força
Descrever com suor na folha
A textura áspera do púbis
O frescor da saliva
O barulho da cama
O grito abafado da mordida inesperada
Tateando a cama procuro lápis
Folha
Carvão
E quando a hora se anuncia,
Agarro-me a suas costas e com as unhas
Faço concreta poesia

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Querido diário


Hoje eu acordei feliz. Imoralmente feliz. A felicidade transbordou e melou toda a minha vidinha cotidiana, escorria dos olhos, ouvidos, boca, desciam por dentre as pernas. A felicidade molhou os transeuntes distraídos. Uns reclamaram, outros provaram para saber o gosto e houve aqueles que nem perceberam que estavam impregnados e felizes.
As boas notícias chegaram de manso e até as que pareciam más, na verdade eram boas.
Hoje o transito ruim me deixou passar mais tempo lendo dentro do ônibus.

Dia Lindo! Espero que acabe bem...

Dedicado à linda Laura Franco, à Rugas e aos excelentes momentos que eu passei junto a minha avó nessa tarde...

Lições



Força…
Para os braços
Para o espírito
Para as idéias...







Dedicado a Daniel Guerra que quanto mais espiritualizado, fica mais fortinho também.

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

Tenho algo a dizer e diria.

Se meus olhos não fechassem, se a cabeça pensasse, se as mãos escrevessem. Queria colocar algo relevante hoje, mas o cansaço não deixa. Estou tão exausta que confessaria qualquer coisa. Contaria por exemplo que já Kjdsbgrkluoerigheiotjg
Desculpe, dormi sobre o teclado.

domingo, 18 de janeiro de 2009

ignorancia

A moça chegou em casa e não trocou de roupa. Ficou esperando para ver se ele ligava e a chamava para sair. Como depois de uma hora ele não ligou, trocou de roupa e foi escrever em seu diário. Já tinha três semanas que ele não aprecia, não ligava, não enviava um recado por alguém, ela por sua vez não sofria, apenas se deleitava com a sorte de ter alguém em quem pensar ao dormir, acordar ou escrever. Tinha um tema para seus versos e isso lhe bastava. Antes desse moço já houve outros e ela achava isso muito bom para a escrita, pois não caia assim na monotonia temática. Orgulhava-se de nunca ter sofrido por amor, de nunca ter chorado por mais de um dia por ninguém, de tirar dessas relações apenas as coisas boas - os suspiros, os sonhos, os beijos, as risadas no meio do transito. Terminou de escrever essas mesmas palavras no diário e foi dormir o sono dos ignorantes que bóiam na maré mansa sem jamais desconfiar do que existe nas profundezas...

sábado, 17 de janeiro de 2009

essas coisas que chegam sem avisar


O anoitecer chega de mansinho. Não se sabe quando começa, apenas percebemos que está mais escuro.
Ou mais frio
Ou mais distante
Mais próximo
Mais quente
Estamos mais velhos
Mais bronzeados
Mais gordos ou magros
Fortes ou fracos
Mais apaixonados...
Mais sós.
Essas coisas chegam enquanto agente pisca, ou então enquanto agente pensa em outras coisas. Não sabemos quando elas chegam, sabemos apenas que chegaram... Algumas são esperadas e ainda assim são uma surpresa. Outras vêm sem explicação, sem lógica, sem medicina ou estatística. Simplesmente vêm,
De repente, não mais que de repente...

foto - entardecer da minha casa do dia 16 de setembro de 2007, meu aniversário de 19 anos

um dia de turista

Eu, sozinha no Pelourinho, fuçando descobrindo...
Sabia que o mercado modelo era alguns metros atraz de onde se situa atualmente - interrogação – ele foi demolido e reconstruído.
Sabia que o forte são marcelo foi construido em 1550 - interrogação -
Sabia que a vista mais bonita para a cidade baixa é a de difrente da prefeitura ou então a de dentro da antiga sede do governo - interrogação -
Sabia que o elevador lacerda leva vinte segundos para subir e quiser para descer.
Pois é...
Pois é...

Obs; estou sem vários sinais de pontuação, por isso esse caos.

Plim Plim

A Pedra do meio dia
está em cartaz do Sesc Pelourinho todos os SÁBADOS 16 hs. No elenco essa atriz que vos escreve... e os convida!

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

Primeiro verso


Peguei
um lápis
de cor
e
fui
colorir
o meu dia...

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

Ser ou não ser



Quero inventar
O meu próprio pecado

Quero morrer
Do meu próprio veneno

Como queria ser passional, intempestiva, extravagante, explosiva...
Ser ! ao invés de ...

tic tac

Almoço com os amigos da época do colégio...
Quatro anos! Puxa vida, quatro anos: colegas noivas, colegas mães, pessoas que somem e aparecem. Quatro anos!
Voltando para casa lembrei da minha turma de quinta série. Por quê a da quinta série? Com certeza quem fez essa pergunta não vivenciou a quinta sériede 1999 do Colégio Ideal Sênior. E já faz 10 anos! 10 anos é muito tempo velhinho... Senti vontade de organizar um evento, esses encontros tipo "por onde anda...".
Por onde andam esses que já foram e ainda são grandes amigos embora não tenha restado uma gota de intimidade para compartilhar.
Por onde andam vocês?

Dedicado a Reinaldinho, Victor, Lorena Assis, Camila, Érika...

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

Vingança

Essa é uma das coisas que só quem é sustentada pode descobrir: o uso do cartão de crédito como instrumento de vingança!
Depois de uma semana ensaiando uma doença, hoje eu realmente fiquei mal. Espirros, coriza, sono, três horas debaixo de um cobertor grosso, no verão de salvador, suando bicas e ninguém para comprar-me um comprimido. Família grande, praticamente todos em casa, uma farmácia a um (apenas um) quarteirão de distancia.
Quando vencida pelo cansaço, decidir ir eu mesma à farmácia. Lá estava eu, doente e ferida e com um cartão de crédito no bolso. Juro, se não estivesse fraca e sem fome, acho que teria feito um estrago, meu impulso era de levar tudo, todos os remédios,os doces, salgados, fazer a festa! Pensei nas peruas mal amadas, nos playboys que não convivem com os pais, meus companheiros naquele breve momento na farmácia. Comprei meus comprimidos e lenços de papel, voltei para casa depois de passar numa casa lotérica e fazer uma aposta. Se ganhar, quebro os cartões de crédito!

Eis-me

Sem sono... de novo!
Deito e vejo cenas passando por minha cabeça, algumas aconteceram outras quem sabe um dia?
Viro de lado e digo: não tomo mais café depois das 10:00, mas no dia seguinte esqueço!
Penso em pegar meu livro mas desisto: Vou pegar no sono... Vou nada!
Lá estou eu pensando em quem deveria esquecer, acordando fantasmas, alimentando a insônia.
A isônia só traz perguntas, nunca respostas. Ao redor da minha cabeça milhares de interrogações pairando... pairando...
Que engraçado, hoje passei o dia procurando solidão.
Agora tudo que quero é companhia. Ou não.

sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

Lira do Amor Romântico

Atirei um limão n'água
e caiu enviesado.
Ouvi um peixe dizer
Melhor é o beijo roubado...
Drummond

Entrevista a Vinicius de Morais


- Para você há distinção entre o viver e o fazer?
- Acho que é um pouco isso.O pessoal parece ter mais curiosidade pela arte do que pela vida.O resultado é artificial, fica tudo cerebrino, sem sangue, sem sémen, sem suor, sem nada...

Cinema

Hoje fui ao cinema
Cinema é triste porque não se pode aplaudir no final,
Mas afinal de contas, as palmas são mesmo para os atores?
Ou será que é para agente?
Para que é que servem mesmo?

quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

Achado

Gosto de encontrar aquilo que não procurei. Talvez seja eu a encontrada,pelo menos é assim que funciona com poemas, músicas e pessoas muitas vezes. Esse poema me veio agorinha, antes de dormir. Achei num blog que entrei por acaso, espero que seu autor não se incomode, mas vou passar a diante:

BRINCANTE
"Se a vida perder o brilho, alguma luz eu acendo. Onde tem falha eu remendo. Separo o que não presta, o que não serve para nada. E da penumbra que me resta... faço piada." (Anna Duarte)

Plantação


Hoje dei um livro de Mário Quintana para Thalita...
No meio do ano dei um livro de Fernando Pessoa para Fernando...
Mesmo que falhe como mulher, filha, atriz ou qualquer outra coisa,
Tenho minha alma salva, distribuí poesias...

"Bendito aquele que semeia
Livros...livros à mão cheia
E manda o povo pensar.
O livro caindo n'alma
É germe - que faz a palma
É gota - que faz o mar"
(Castro Alves)

segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

Passatempo

Estou sem internet...
Já fiz tudo o que tinha que fazer, mas como estou numa Lan House vou ficar o tempo que paguei...
Resta-me então falar sobre alguma coisa para passar o tempo. Volto à infancia.

Quando cheguei à adolescencia desenvolvi a tecnica do desapego.
Quero muito! Posso ter? Não? Paciencia.

Como a criança que enjoa do brinquedo eu canso de esperar certas coisas. o tempo me ensina a diferença entre o que eu quero e o que eu preciso. Eu aprendo, sempre fui boa aluna, sempre (embora muitas vezes a lição seja errada).

Claro que tem consequencias... Há quem diga que fiquei birrenta, (Há quem diga? Sou eu que digo mesmo, e daí?!). É a vida, uma hora agente cansa das coisas e precisa se proteger de velhos costumes... E em todo o caso sempre tem alguma manifestação artística para por em xeque nossas escolhas.

"DO AMOROSO ESQUECIMENTO
Eu, agora - que desfecho!
Já nem penso mais em ti...
Mas será que nunca deixo
De lembrar que te esqueci?"

Voltar para casa.

Voltar para casa depois de uma viagem, quando se quer voltar evidentemente, é como dar um abraço apertado em si mesma! Tudo é aconchegante!
Já estava sentindo falta da minha rotina, da minha solidão, da minha mania de comer salada com as mãos dentro do quarto fechado, de fazer bagunça, de fazer silencio.
Voltei para casa! resta agora voltar para as coisas pendentes, para os compromissos, os planos, projetos e desejos
Falando nisso...

quinta-feira, 1 de janeiro de 2009

Relatos de viagem

Como todos sabem estou viajando, atualmente hospedada na casa de uma amiga de minha mãe. Os filhos dela, com amigos, passam o dia iiiiiiiiiiiiiiiiiinteiiiiiiiiiiiiiiiro ouvindo pagode na rua, usando as caixas de som de um carro. Não preciso dizer que tive contato direto com o que há de mais novo no gênero. O resultado: Tédio!
Escuto “Rala a tcheca no chão” e depois “ Esfrega a chana no asfalto”...
Escuto “Desce com a mão no tabaco” e depois “desce com a mão aí”...
Escuto “Toma madeirada” e depois “Desço a madeira” ...
Escuto som de um cavaco e acho que ‘e Déjà Vu

2009 – sal e sol


Primeiro dia do ano, o ultimo em Porto Seguro:
Olho para a minha pele e vejo que esta na hora de parar com o sol
Olho para meu espelho e acho que devo maneirar na comida também...
Mas deixo para amanhã ou então para a segunda feira. Nunca tive disciplina para resistir aos pecados capitais: Gula, inveja, avareza, ira, luxuria, preguiça, vaidade... Acho que a ira e a inveja eu disfarço bem; quanto`a luxuria não sei ao certo.
Ontem sentei na areia e comecei a observar as pessoas e agradecer por ser verão: tudo parece mais saudável, a começar pela aparência; as pessoas parecem mais leve – menos peso e menos roupa – e esse “não ter que trabalhar” me enche de alegria e preguiça, parafraseando o Caetano.