PANACÉIA DELIRANTE

domingo, 18 de janeiro de 2009

ignorancia

A moça chegou em casa e não trocou de roupa. Ficou esperando para ver se ele ligava e a chamava para sair. Como depois de uma hora ele não ligou, trocou de roupa e foi escrever em seu diário. Já tinha três semanas que ele não aprecia, não ligava, não enviava um recado por alguém, ela por sua vez não sofria, apenas se deleitava com a sorte de ter alguém em quem pensar ao dormir, acordar ou escrever. Tinha um tema para seus versos e isso lhe bastava. Antes desse moço já houve outros e ela achava isso muito bom para a escrita, pois não caia assim na monotonia temática. Orgulhava-se de nunca ter sofrido por amor, de nunca ter chorado por mais de um dia por ninguém, de tirar dessas relações apenas as coisas boas - os suspiros, os sonhos, os beijos, as risadas no meio do transito. Terminou de escrever essas mesmas palavras no diário e foi dormir o sono dos ignorantes que bóiam na maré mansa sem jamais desconfiar do que existe nas profundezas...

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