PANACÉIA DELIRANTE

quinta-feira, 13 de novembro de 2014

Você

Você é meio assim, tanta coisa...
Meio amante
Meio amigo
Meio peguete
Meio relacionamento sério (mas não muito)
Meio sexo casual (mas nem tanto)
Meio estepe, lanchinho, quebra galho
Ioiô, reme-reme, vai e volta
Você é o meio do caminho
É um meio, pra mim
Mas aí te pergunto:

-Para qual fim?

quinta-feira, 9 de outubro de 2014

É preciso?

-É preciso amar com cautela
E eu quase desisto de amar
Amar com freio de mão é trair o próprio amor
Ou não?
É preservar o amor!
Ou não?
Guardar um amor que não acredita em si
Que não quer ser transformador
Transforma-amor
Pra quê então?
Entre ser ou não ser, Caetano me diz:

-Porque não?

segunda-feira, 29 de setembro de 2014

Perguntas

No fim da noite, eu reuni toda a minha filosofia, todos as interrogações de semanas e semanas de meditação e concentrei tudo numa única pergunta. Uma pergunta densa, potente, direta. Nela, tudo o que eu queria saber. Olhei no fundo de seus olhos e lancei, como quem lança uma flecha:

- Por que prosseguimos?

- Porque é bom. Disse ele.

E eu não tive nenhum argumento para prosseguir na conversa.

terça-feira, 23 de setembro de 2014

Lua Adversa

Cecília Meireles

Tenho fases, como a lua. 
Fases de andar escondida, 
fases de vir para a rua... 
Perdição da minha vida! 
Perdição da vida minha! 
Tenho fases de ser tua, 
tenho outras de ser sozinha. 

Fases que vão e vêm, 
no secreto calendário 
que um astrólogo arbitrário 
inventou para meu uso. 

E roda a melancolia 
seu interminável fuso! 

Não me encontro com ninguém 
(tenho fases como a lua...) 
No dia de alguém ser meu 
não é dia de eu ser sua... 
E, quando chega esse dia, 
o outro desapareceu...

Pra hoje


Todo dia é um destino
Hoje eu amo João
Mas dá saudade de Lino
Meu peito tem muitas bandas
Pra doer o coração


Sempre arranjo um carinho
O que falta é tua mão
Cinco gramas de afeto
Pra encher o meu carrinho
Não venha dizer que não
Qualquer coisa é alguma coisa.
To dizendo: Por favor...
Vou citando o do Pandeiro:
Simpatia é quase amor


quinta-feira, 21 de agosto de 2014

Definições 1, 2 e 3

Felicidade: É quando você aceita e agradece

Saudade: É quando a alma sabe para onde quer voltar

Amor: É quando transborda. Se não afetar o seu "bom dia", seu colega, seus parentes, não é amor. É solidão compartilhada.



segunda-feira, 21 de julho de 2014

Não acredito no amor


Se acreditar, irei esperar o amor
Se esperar, temo inventar o amor
E me dedicar ao pseudo-amor
Distraindo-me assim, do verdadeiro amor
Escondido atrás da fantasia do grande amor
Por isso, melhor não crer no amor
Como quem não crê em bruxas, mas sabe:

“Que elas existem, existem...”

domingo, 20 de julho de 2014

Mudança!

Quando eu te conheci, minha alma mudou de casa
Não foi morar em teu corpo, não...
Teu corpo é pouco
Meu corpo é pouco
Minha alma foi morar no mundo
Mas o mundo abraça o teu corpo
Por isso ela saiu de casa
Para trazer teu corpo, meu corpo e o de quem mais viesse
Que quando o amor é bom
É forte
E Sobra

Transborda sobre os vizinhos, sobre os pedestres e os guardadores de carro. 

domingo, 29 de junho de 2014

Sem título

Leminski

Eu tão isósceles
Você ângulo
Hipóteses
Sobre o meu tesão
Teses sínteses
Antíteses
Vê bem onde pises
Pode ser meu coração


O Anel de Vidro

Manuel Bandeira.

Aquele pequenino anel que tu me deste,
— Ai de mim — era vidro e logo se quebrou
Assim também o eterno amor que prometeste,
— Eterno! era bem pouco e cedo se acabou.
Frágil penhor que foi do amor que me tiveste,
Símbolo da afeição que o tempo aniquilou, —
Aquele pequenino anel que tu me deste,
— Ai de mim — era vidro e logo se quebrou
Não me turbou, porém, o despeito que investe
Gritando maldições contra aquilo que amou.
De ti conservo no peito a saudade celeste
Como também guardei o pó que me ficou
Daquele pequenino anel que tu me deste

quarta-feira, 28 de maio de 2014

Sobre comer e trepar...

Sabe aquela mulher? Já comi. –Quisera! Se a gente pudesse devorar quem se “come”, que bom seria! Tragava um aprendizado, uma boa lembrança. Pegava uma qualidade e tirava um bom bocado. Mas “comer”, meu amigo, comer é complicado. É ter o outro em si. Trepar é  bem mais simples, trepar é bem  mais fácil, trepar é gostoso. Mas “comer” ´pode ser revelador...

Sol

Sol
Nessa cidade
É
Necessidade!

Que essa desordem nos traga algum progresso...

sexta-feira, 23 de maio de 2014

Para Daniel...

Via internet ou telefone
Torna-se o notívago

O grande amigo do insone 

segunda-feira, 12 de maio de 2014

E aquele "eu te amo" que ficou guardado

Eu devia ter dado
Não por esperar outro resultado
Mas pra não ficar ocultado
Engasgado
Enrustido
Aquele "eu te amo" que ficou calado
Se fosse hoje, eu teria dito...

Poema de domingo:


Fica, então, o desejo de começar de novo.
Ainda que o fim seja o mesmo. O mesmo porre, a mesma festa, a mesma fila, o mesmo ócio. Domingo é sempre um mau negócio.
Domingo é o fim do que foi bom. Por mais que venha algo melhor, parece injusto.
E a segunda sempre me mete um susto

sexta-feira, 25 de abril de 2014

Aquilo que sinto

E tudo o que sinto é tão grande, tão forte, tão firme
Que me pergunto:
Será que minto?
A ansiedade de viver, sentir, vencer...
Não é a própria ansiedade de sentir?
Sentir-se forte
Sentir-se firme
Sentir-se amando?
Tudo o que sinto, será um engano?

Ou o erro está em entender o que sinto?

terça-feira, 22 de abril de 2014

O meio: Luiz Tatit

Por isso é melhor ter paciência
Pois todo começo começa e vai embora
O problema é saber se já foi
Ou se ainda é começo
Porque tem começo que às vezes demora
Que passa um bom tempo
Inda está no começo
Que passa mais tempo
Inda não está na hora
Tem gente que nunca sai do começo
Mas tem esperança de sair agora

domingo, 20 de abril de 2014

Sentidos

Eu sinto muito
E sinto tanto
Que sinto
Que Sei
Que estou exagerando
Ainda assim, eu sinto
De tudo
Um tanto

quarta-feira, 16 de abril de 2014

Essa pequena...


O notívago 
é o melhor amigo 
Do insône

Uma vez eu gostei de um moço

Uma vez eu gostei de um moço... Era um relacionamento desses, intensos, com brigas e dramas e beijos ardentes, cenas de atentado ao pudor. Era um romance tão quente que quando a paixão acabou, eu nem percebi... Juro! Às vezes, a gente se contenta com o drama! Não, eu estou falando de mim. Eu me distraí com o show e esqueci de amar...

Critica Bocão, mas adora Investigação Discovery...

Cabou o verão?

Cabou o verão...
Que mentira! Cabou não!
O verão vive comigo,
No abraço amigo,
Na percussão do coração
Quem me olhar, verá...
E se amar, verão!
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Parabéns?

Aniversário de Salvador,
É só diversão
Pena ser muito circo
Pra pouco pão!

Lembrete

A mulher que eu ei de ser daqui há 20 anos veio hoje, do futuro mesmo, me dizer que eu não sei amar. Na verdade, ela foi mais categórica e disse: "Ninguém sabe amar aos 20 e pouco". Pode até amar, mas não sabe bem como. -Tipo você, Lara, que tem carteira de motorista e dirige mal pra caramba, ela me disse. Falou também um tanto de outras coisas, mas que eu não consegui entender. Mas tinha haver com aproveitar, se arriscar e desapegar. 

segunda-feira, 14 de abril de 2014

Que pena...


terça-feira, 14 de janeiro de 2014

Resgate de antigos escritos II

Meu pai acabou de me ligar para que eu escutasse uma música no rádio. Dias atrás me ligou para que eu visse a lua. Sua pré-disponibilidade para o encantamento é uma coisa sublime. Meu pai tem olhos e ouvidos de criança e está sempre me pedindo para rejuvelhecer. Deveria ser o contrário, eu sei...

Resgate de antigos escritos I

“O sim é o descuido do não”, disse Vinicius. E essa frase, miudinha, grita tanto sobre mim que me envergonho ou me desnudo diante do termo. Minha coragem é a distração do medo. E a decisão é um deslize entre o pensamento e a hesitação.