PANACÉIA DELIRANTE

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Brasa 1

Sempre gostei do fogo (e quem não gosta?). Lembro de mim, criança, junto à fogueira jogando objetos à chama, para ver o milagre. Ou naqueles dias em que espiava a chama do fogão, espantada: o fogo era azul.
Entretanto entre nós sempre houve a barreira do medo, ou da responsabilidade – chame como quiser... De maneira que a primeira vez que vi uma pessoa apagar a chama de uma vela com os dedos, me assustei:
- Será possível?
Mais tarde encontrei outras, capazes de ousadias piores, gente que passava no corpo, cuspia e engolia, brincava com fogo e não fazia xixi na cama. Ainda hoje, frente ao fogo, permaneço tímida, chego perto, mas paraliso. E estranhamente, sinto, que me queimo mais pela distancia, que pela presença da chama.

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