PANACÉIA DELIRANTE

sábado, 26 de junho de 2010

Alumbramento

Seus olhos espelhados refletiam a noite fria
No centro, uma figura destacada na negritude da retina
Brilhava... brilhava e ofuscava a festa

Não era eu

Eu, coitada, era apenas uma presença
Desatenta e impaciente,
O olhar é que tudo preenchia
Pelos seus olhos me via
E não me reconhecia
Seria mentira minha?
Mas...nem um tanto, me esforçava
Para compor a visão, que ali se desenhou
O olhar me distorcia
Reduziu-me à esboço
De algo maior
Melhor
Que só nos olhos, existia

Aqueles olhos aqueciam a imagem
Mais que as fagulhas do São João