PANACÉIA DELIRANTE

terça-feira, 8 de junho de 2010

Um mês...

Hoje foi a missa de um mês de morte de minha tia. Por sorte, a missa foi exatamente entre um ensaio e outro, de forma que pude estar presente. Minha tia morreu justamente no dia da estréia de Atire a Primeira Pedra - não pode ir ao velório, ao enterro, nada. Acho que ainda não superei isso.
Foi a primeira vez que tinha ido a uma missa desse tipo. Para quem nunca foi, trata-se de uma missa comum, o padre não cita a perda do parente, não apresenta palavras de consolo. Apenas faz a pregação (que foi muito bonita), diz o nome dos finados e realiza a comunhão.
Fiquei pensando qual o propósito de tudo aquilo. Se para os católicos, a alma se despede de qualquer contato terreno, qualquer lembrança, para que servem as missas póstumas? Para celebrar o luto?
Eu chorei do começo ao fim, chorei muito. Lembrei a última vez que havia visto uma missa,tinha sido com minha avó (que já morreu também)... Chorei pelas duas. Chorei pelo meu avô, por minha avó, minha tia, rasguei todas as feridas.
Fui para meu ensaio triste, o rosto inchado. O dia seguiu, a trânsito engarrafou, choveu ao cair da noite... Mas minha tia não viu.
Isso a missa não mudou.

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