Quando eu estava para nascer, fazia uma manhã de frio. A maternidade ficava numa avenida muito movimentada e quando mamãe abriu as pernas, escutei apenas o barulho dos carros, de maneira que fiquei com muita preguiça sair e fiquei. Para mamãe foi ótimo! Eu tinha medo de viver, ela tinha medo de parir...
Mamãe fechou as pernas e fomos para casa. Tem sido ótimo! Ela me protege do mundo, eu a protejo da solidão. Quando está triste, ou precisa desabafar, eu estou sempre ali, logo abaixo do seio, pronto para ser acariciado sob a barriga. Quanto a mim, basta-me dar um chute de leve que ela já fica satisfeita.
Papai também às vezes cisma de conversar. Eu durmo. Ele fala... Eu durmo... Viro de lado, dou o tal chutinho de volto a dormir. Perfeito!
Nada como manter os olhos fechados e a boca cerrada para experimentar a mais apática felicidade...
Luas de cá, luas de lá...
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*(sobre a beleza dos encontros, sobre a beleza do teatro capaz de
transbordar fronteiras, tecer redes e teias lunares)*
*(por Camila) *
Enquanto nós, do...
Há 10 anos
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