Obra: Mãos Desenhando, de M. C. Escher (1948)
Sou daquelas que escreve cartas e não entrega. Muitas escrevo na intenção de não entregar. Dobro o papel (ou deixo na folha do caderno) e guardo . Algum dia depois eu pego e releio, rindo do que foi dito, ou lamentando as coisas que não mudaram.
Algumas raras vezes eu tomo coragem e devolvo ao dono, meses, anos depois, com aquela cara de menina que pede desculpas.
As cartas fechadas eu nunca abri, nunca reli. Essas já não me pertencem mais, não pertencem a ninguém. Não posso entregá-las ao dono, não lembro do que se tratam. Um dia posso tomar coragem e abrir, ou então enviar. Prefiro enviar. Mas não envio.
Mas o ato de enviar nada tem a ver com o de escrever: jamais me arrependo de uma carta escrita. Não tenho uma carta queimada e nem rasgada na história. Interminada existem várias, mas não por arrependimento do ato, apenas por teimosia criativa.
As cartas que escrevo e recebo, revelam momentos, afetos e sonhos que caixas de e-mail jamais darão conta. Cartas que faz tempo que não escrevo,
E nem sei por que lembrei-me hoje delas...
Á Natalia, que a muito não me escreve, mas não tem problema. Seu presente ainda persiste bem guardado em meu quarto e meu coração, como o melhor que já recebi.
Obs: acho que sua carta já fez aniversário em minha gaveta.
Um comentário:
Bonito Blogue
A Revista Antimatéria te acompanha.
http://www.revistaantimateria.blogspot.com.
abraços!
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