PANACÉIA DELIRANTE

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Bilac

Existe muito preconceito em torno do movimento parnasiano e eu concordo que ficar falando de vaso nos versos, é valido muito mais pelo exercício do poeta, que pela poesia em si.
Mas quando se trata de Olavo Bilac, a coisa muda de figura. Rompo sem diletantismo a imparcialidade e digo: M-a-r-a-v-i-l-h-o-s-o: Soube unir rigor e afeto num estilo que me agrada bastante.
Abaixo, um dos meus poemas preferidos, Maldição:

Maldição


Se por vinte anos, nesta furna escura,
Deixei dormir a minha maldição,
_ Hoje, velha e cansada da amargura,
Minha alma se abrirá como um vulcão.
E, em torrentes de cólera e loucura,
Sobre a tua cabeça ferverão
Vinte anos de silêncio e de tortura,
Vinte anos de agonia e solidão...

Maldita sejas pelo ideal perdido!
Pelo mal que fizeste sem querer!
Pelo amor que morreu sem ter nascido!

Pelas horas vividas sem prazer!
Pela tristeza do que eu tenho sido!
Pelo esplendor do que eu deixei de ser!..

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