“- Muitas vezes, o significado de determinado acontecimento só aparece muito tempo depois do acontecimento em si. A causa de algo que ocorre só acontece a posteriori. A razão disso é muito simples: todos os processos têm uma coordenada temporal (...)
(...) – Só estou dizendo que há trezentos milhões de anos teria sido uma conclusão precipitada afirmar que a vida neste planeta era absurda, ou despropositada. O que é que acontece é que a finalidade ainda não havia tido tempo de florescer (...)
(...) – Hoje somos nós que pertencemos à vanguarda, mas não chegamos à meta. Até daqui a cem, mil ou um milhão de anos não se saberá aonde estamos indo. Dessa maneira, o que acontecerá no futuro se transforma de certo modo na causa do que acontece aqui e agora (...)”
Os trechos aqui citados são fragmentos de um conto de Jonstein Gaarder que Hebe Alves me apresentou ainda durante a graduação. O nome do texto eu desconheço. Lembrei-me dele por esses dias, depois de bater muito a cabeça na parede em derrotadas tentativas de manter minha sorte e destino sob controle. Estranhamente, as “forças do universo” pareciam resistir bravamente a qualquer iniciativa minha, de maneira que tive que me reduzir à minha insignificante situação de jovem humana mortal que tenta organizar sua bagunça interna através deste modesto diário virtual.
Derrotada por fim, veio a rendição: desliguei o motor do barco, levantei a âncora e deixei o barco correr. Obedecendo a lei da gravidade, tudo se assentou (pelo menos aparentemente), boas surpresas surgiram e fiquei mais feliz – ou menos infeliz – mais tranqüila – ou conformada...
Sejamos então otimistas e acreditemos que existe um propósito nisso tudo. Mas... Sendo assim, existe então, Deus, uma força gestora? Tudo já está escrito? O futuro existe?
Tudo o que sei é que nesta madrugada de segunda para terça eu estou cansada e por preguiça ou bom senso cito Leminski:
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