PANACÉIA DELIRANTE

terça-feira, 30 de março de 2010

Protesto anônimo


Perguntaram a um professor meu, certa vez:
- Fulana é sua mulher?
- Fulana? É... Acho que é... É!
Pareceu engraçado ele não saber como chamar a sua... (?). Ele não morava com a “?” , mas se sentia casado, embora nunca tivessem entrado em um cartório. O que diriam os autores dos dicionários? E o funcionário do SENSO? Como explicar para as crianças?

Mas para que servem os nomes? - Perguntou o Mosquito para Alice, em Alice através do espelho:
- Os nomes não servem de nada para eles. Mas é útil para as pessoas que lhes dão nomes, suponho. Senão, para que afinal as coisas têm nome?

Para que, pergunto eu?
Você é o quê de Rodrigo? Perguntam:
Conhecida?
Colega?
Amiga?
Melhor-amiga?
Pegueth?
Ficante?
Ficante estável?
Amiga colorida?
Namorada?
Noiva?
Esposa?
Ex-mulher?
Viúva?
Marque a resposta certa.
Ser mestre, doutor, pós-doutor, pai, mãe, avô...
Negro
Pardo
Branco
Mameluco
Tricolor
Rubro-negro
De esquerda
De direita
Centro – esquerda
Atacante
Goleiro
- Quem é você?
- De quem você é?
- De que lado você está?
Eu sou louca ou essas definições pesam? Meus ombros cedem ao peso dos rótulos e passo tanto tempo tentando nomear as coisas que... Raios!
Neologismo serve para isso! Para todas as coisas existe o silêncio...

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