Então, na ausência de coisa melhor para fazer, dentre elas: comer, beber, dormir ou gozar, eu deitei na minha cama disposta a ler a noite inteira. Sim, porque naquela noite de inverno, nada parecia mais urgente, mais interessante do que a leitura. Fechei a porta num gesto de boa noite e li com a facilidade de quem vê televisão. Nem reparei no seu bilhetinho atrás do marcador de páginas.
Quando, exausta, eu esgotei a última página, fui deitar sem utilizar gestos intermediários. Não vesti o pijama, não tomei um ultimo copo de leite, não fechei as cortinas para evitar a entrada do sol. Nem sequer um beijo de boa noite foi dado. Apenas esbocei algumas anotações no caderninho, como quem escreve no caderno de viagens...
Amanhã estou de volta.