Meu bem,
Não agüento mais de tantas saudades. Essa semana comecei a arrumar a casa para a sua chegada, embora não me você tenha dado nenhuma garantia de que viria. Não quero dessa maneira lhe pressionar, apenas demonstro que penso em você (até mesmo quando faço o possível para fingir que não).
Não tenho nenhuma novidade que queria contar por carta. Desenvolvi uma nova – e revolucionária - teoria sobre a qual poderemos discutir pessoalmente. Por sorte, ando muito menos radical quanto ao consumo de cerveja, o que pode facilitar o nosso debate (principalmente se for uma Malzebier).
Arrumando a casa, encontrei aquele cartão velho que lhe pertence. Está separado e escondido da diarista, que pode achar que é lixo e jogar fora. Esta semana o telefone ficou mudo, não sei se você tentou ligar, gosto de imaginar que sim e por isso me justifico. Agora ele já está funcionando e se quiser telefonar, passarei o fim de semana em casa. Semana passada, aluguei diversos filmes de comédia romântica e fiquei chorando e comendo brigadeiro. Dessa vez alugarei filmes do Tarantino e comerei uma peça de picanha (dessas que sangram bastante).
Como pode ver, continuo fazendo as mesmas bobagens de sempre (as boas e as ruins). Esses dias, minha tia que é médium me trouxe notícias de finados parentes que hoje habitam o além,ou seja, só não consigo notícias suas. Será que tenho que te matar para isso? Pelo sim pelo não, evite aparecer no final de semana (afinal, são filmes do Tarantino).
Até hoje espero a resposta da última carta, se essa ficar sem resposta ou se você não aparecer para me fazer uma visita, pode me esquecer que eu farei o mesmo.
Beijos rancorosos
Obs: Se vier, traga sorvete e estará perdoado.