PANACÉIA DELIRANTE

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Janelas e armários

Fico um pouco triste quando demoro de atualizar esse blog. É como se faltasse tempo para fazer esse exercício de sintetizar uma reflexão, acontecimento e emoção que me venha. Poderia dizer que estava muito ocupada (o que é uma verdade), que não entrei na internet (o que seria uma mentira). Mas a verdade é que nas vezes que passei por aqui, distraí-me lendo o blog dos outros ou apenas senti que não havia nada a dizer.
Como é possível que a vida dos outros nos interesse mais do que a nossa própria vida?
Será possível que sejamos tão displicentes com nós mesmos, distraídos, sonhadores?
Dentro do meu armário o monstro arranha a porta pedindo para sair. De costas para ele, espio o armário do meu vizinho pela janela. Entretanto, sinto sua presença e tenho medo. Qual será seu rosto? Será que o conheço? Amo-o ou odeio-o?
Sei que se abrir a porta restar-me-á apenas duas saídas: devorá-lo ou ser devorada. As duas idéias me apavoram...

Um comentário:

Eduardo Medeiros disse...

Lara, um dia um entrevistador peguntou ao poeta Ferreira Gullar como era o seu processo de criar um poema. Ele respondeu que só escrevia um poema que fosse "necessário", ou seja, é inconvebível para o Gullar, escrever por encomenda. O poema tem que ser necessário.

Um abraço,