PANACÉIA DELIRANTE

quinta-feira, 10 de março de 2016

Se saia!

 - O que você a acha de fulano?
- Rapaz, SE SAIA!

Eu não sei se no Espírito Santo o pessoal usa a expressão “se saia”, e nem por que eu comecei a pensar nesse assunto antes de dormir. Mas vamos lá: Na Bahia (pelo menos) o verbo sair foi repaginado e ganhou um plus através do pronome reflexivo “se”. Assim, o baiano safo pode escolher entre sair meramente de algo ou ir além, “se saindo” daquela situação.
 “Se sair” é a sabedoria da saída em sua versão mais urgente. É que não basta sair de algumas situações, é preciso “se sair”: sem DR, sem redução de danos, sem maiores explicações:
 Apenas SE SAIA, que vai dar merda. Ou SE SAIA, por que já deu merda.

Eu não era iniciada à prática de “me sair” até 2015. Sou daquelas que tenta consertar, conversar, perdoar, remediar. Mas como já disse, “se sair” é sábio. É o desapego forçado, muitas vezes sofrido e altamente necessário. 

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