PANACÉIA DELIRANTE

sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

A festa

.. Foi ali, parada na pista de dança, cinco doses de bebida na cabeça, zonza pela bebida, zonza pelas luzes, zonza pela danças, que vi: o desenlace amoroso do casal em meio à festa. Assistindo ao beijo de cinema, mordendo os lábios de ciúme, eu  pensei em Foucault. Era uma sexta feira à noite, mas eu só pensava em Foulcault, nas relações de poder, na aprendizagem pela violência, pela necessidade da agressão para evoluir. Eu maldisse a doçura e o medo. Quis pedir a um estranho que me desse um tapa na cara.
É preciso levar um tapa para perder o medo da surra.
É preciso levar um fora para perder o medo da rejeição.
É preciso levar um chifre para perder o medo de ser traído.
E foi assim que aconteceu: do meio da pista de dança, desejei para mim todos os males do mundo (ou quase todos). Quis praticar todos os vícios. Mas a luz da sua luxúria me deu uma aula de filosofia. Hoje eu não penso como ontem e acordo disposta a bater, pois acredito que alguém, assim como eu, deve estar precisando de um bom tapa para acordar...

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