“Me recuso a dar importância à coisas sem importância” – viu num certo filme uma vez, a moça. No seu impulso romântico de por à prova o ensinamento, despiu-se de tudo o que lhe havia de supérfluo. Completamente nua, por dentro e por fora, saiu de casa para esbanjar todo o seu desapego, escandalizando o bairro em que morava.
Voltando para casa, contudo, sentia, ao invés do vazio, a ausência de algumas coisas que havia deixado para trás. Não eram muitas, pequenas quinquilharias que lhe faziam uma falta que você nem sabe.
De volta às ruas, procurava ela algum vestígio do que havia deixado escapar: um caco de vidro, uma peça que fosse de seu tesouro perdido. Chegado ao fim o primeiro dia de buscas, volta para casa com o que consegui recuperar: um chiclete de morando, uma pizza gelada e uma caneta tinteiro, com a qual escreveu sobre a capa do DVD:
“Me recuso a não dar importância, às coisas de importâncias.
Só lhe resta adquirir sabedoria para diferenciar as duas...
Luas de cá, luas de lá...
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*(sobre a beleza dos encontros, sobre a beleza do teatro capaz de
transbordar fronteiras, tecer redes e teias lunares)*
*(por Camila) *
Enquanto nós, do...
Há 10 anos
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