É tão gostoso
sonhar um amor inventado. Amor criado sob medida para alimentar nossos sonhos
secretos. Amor de fim de noite, amor de antes de dormir. Devaneio que
alimentamos de carência e ilusão: só come no escuro. Talvez no silêncio.
Amor sempre faminto,
que amor mesmo vive do espanto de amar, da insegurança, do “dorme e não dorme”
e se dorme, sonha. O amor inventado não conhece o desconcerto, o desajuste. É tão
ajustado, que não serve. Só serve para preencher as noites ociosas e para
alimentar nostalgias nos inventores de frases. Serve também para escrever
poemas, criar histórias e preencher os diálogos dos notívagos.
Para Thiago, que me convidou para devanear numa madrugada de sábado.