PANACÉIA DELIRANTE

quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Constatação

Se a gente,
Tivesse noção do quanto a vida é urgente,
Morria,
Talvez de pressa,
Talvez de agonia.

segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

Domingo


E foi assim. Decidi, logo no começo do dia, que não queria lhe ver. Coloquei o celular no silencioso para evitar as suas ligações. Não saí na rua para não te encontrar. Te neguei mil vezes antes do amanhecer. Mas olhei meu telefone antes de dormir e lamentei profundamente você não ter ligado. Deitei abraçada ao travesseiro e repassei a nossa história, minha história com outros, imaginei terceiros... Olhei novamente o celular e outra vez abracei o travesseiro, sonhando, lembrando, pensando antes do sono. Na sua ausência, pedi para o telefone me despertar 7:30 da manhã...    

Fraqueza



Porque não é só isso
Nem tudo isso
Não é tanto
Tampouco, é nada
Para muito, falta tanto.
Para aquilo, falta quase.
Para mais, falta coragem.
Para o fim, falta o impulso.

terça-feira, 8 de janeiro de 2013

Gratuidades


Ele me disse na praia:
- Sabe quando você vê um bolo de chocolate muito bonito e imagina como deve ser gostoso. De repente a boca se enche de água e você só pensa no bolo, como deve ser o gosto, como deve ser...
Eu escutava em silêncio, na tentativa de ser educada. Mas enfim, não me contive:
- Eu não sou um bolo.
- Eu sei.
Ele sabia, eu sabia. E ambos tínhamos consciência da curiosidade mútua da prova. Horas depois... a constatação: Gostoso foi, mais não tanto. A sensação de culpa, de gula, excesso. Cheguei a hesitar, pois sabia que não tinha precisão. Mas tinha a vontade. Ou não tinha? Já não me lembro. Eu gosto de bolo de chocolate, assim como Raul gostava de maçã. E quem gosta de maçã irá gostar de todas porque todas são iguais. Ou não? Na ausência de respostas, começo a considerar seriamente a dieta como opção.